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Parte II - Nós

Ela não ficou na primeira vez, nem na segunda. No dia seguinte fomos almoçar e ela tinha marcado algo com uma amiga. As conversas no whatsapp já tinham nos aproximado tanto a ponto de eu ficar preocupada com aquele encontro.

As festividades de fim de ano se aproximavam e o clima natalino tomava conta das casas, das pessoas. Ela que tradicionalmente se reunia com os familiares para comemorar estas datas não desgrudou do telefone comigo enquanto realizavam a ceia na casa dos avós. E bêbada fez sua primeira declaração que, para variar, eu interpretei errado.

Enquanto ela queria dizer que estava traindo seus planos de passar um tempo sozinha sem namorar porque estava se apaixonando por mim, eu acreditei que ela não queria mais ficar comigo. Na volta, problema resolvido, entre beijos e sorrisos autoexplicativos, saiu o pedido num contratempo:

_Namora comigo?

Eu ri, de nervoso, de felicidade e fiquei aqueles longos e intermináveis três segundos sem saber exatamente o que responder. A beijei e ela repetiu a pergunta. Deitadas na cama, nos encarando, numa tarde de segunda-feira.

Três dias depois eu conhecia os pais dela enquanto comemorávamos a chegada do novo ano na praia. Queima de fogos e finalmente o beijo da virada, não, não veio. Ela não estava a vontade para me beijar na frente dos familiares, de uma multidão. Era um grande defeito esse, de se preocupar muito com o que os outros pensavam, se as pessoas iriam olhar para ela, como iram reagir. E assim muitas oportunidades foram perdidas.

Nossa primeira noite já tinha acontecido a esta altura, na minha casa, depois de uma pseudo maratona de Friends (acho que não chegamos nem a ver quatro episódios, de tanto que nos beijávamos, e ela super fã, ficava voltando para que eu não perdesse nenhuma cena. As 10 temporadas poderiam ser dessa forma para mim... Foram as 10 temporadas, mas de forma diferente), e nossa primeira vez na casa dela, foi uma das experiências mais intensas que já vivi.

Eu já estava perdidamente apaixonada a esta altura, ela era tudo o que eu sempre sonhei: Tinha caráter, era divertida, tinha um gosto musical maravilhoso, não era nada religiosa e até tinha aversão a evangélicos igual a mim. Ela se apaixonou pela minha tattoo dos Beatles e era daquelas pessoas que gosta de estar perto. Ela era linda por dentro e por fora e eu estava completamente cega a qualquer defeito que porventura ela viesse a ter.

Nos beijamos na virada do ano, na de Nova York, vendo pela TV e fazendo planos de estar lá no ano vindouro. Fomos para o quarto e ela me 'atacou' com uma vontade como se quisesse realmente me devorar, ela estava tão envolvida, tão sem vergonha, ela me queria tanto que chegava a assustar em certos momentos aquela urgência.

Este ano prometia muito e cumpriu em grande parte o seu papel. Mais do que amantes, éramos melhores amigas, parceiras inseparáveis. Ela me completava de inúmeras maneiras e eu a fiz enxergar o mundo de uma forma mais simples e menos crítica. E assim começava o melhor verão da minha vida.

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