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Parte III - Aquilo

Ela gostava de refinamento e começou a se decepcionar quando a euforia foi baixando e ela começou a ver que aquela atitude do elogio ao sorriso foi um gesto isolado. E mais sociável que eu, porque enquanto eu fazia amizades na base da palhaçada ela conseguia conquistar as pessoas com o seu jeito doce. Minhas trapalhadas eram desastrosas, mas as dela, apenas fofas. E novas pessoas foram entrando no nosso convívio. Ela vinha nos finais de semana e vivíamos no nosso mundinho até que alguma coisa se quebrou. 

E não foi por falta de tentativas de colar, tentamos e muito. Aqueles beijos sem fim que não deixava a gente assistir os episódios de Friends tornaram-se mais raros, deram lugar a selinhos e cheiros (não que eu não goste de cheiro), mas fomos deixando de ser um casal. Tínhamos o tino do humor uma da outra, mas não ela não tinha mais aquela energia sexual, não tinha mais aquela vontade de me devorar como no réveillon 

O sexo ficou raro, diretamente proporcional às minhas piadas sobre o tema. Ela se incomodava e eu não parava, achando que não era real, até perceber que era. Eu brincava com o assunto ou cobrava, ela se sentia intimidada a corresponder, ficava estressada com isso, não rolava nada entre a gente, e ela se sentia mal.  
Eu culpava tudo, o stress do fim de curso, a pressão por arranjar um emprego... qualquer coisa, só não queria enxergar que ela estava perdendo o interesse em mim. Éramos amigas o suficiente para conversar sobre isso e finalmente eu parei de brincar, a nossa relação sempre foi extremamente aberta e isso viria a ser um problema no futuro.  

Assisti 'Azul é a cor mais quente', fiquei agoniada com aquelas cenas intermináveis de sexo, me sentia mal com esse tipo de exposição e nem um pouco excitada. Vi sozinha. Em outro dia começamos a assistir novamente, porque ela ainda não tinha visto. Dormi durante o filme e fui acordada já tarde da noite sendo puxada para perto dela, beijada entre exclamações: 

_ Só deito e durmo é?! _ disse do jeito mais safado que eu já tinha visto. Aquela pessoa que me agarrou no ano novo estava de volta.  

Achei que tínhamos nos encontrado e só faltava um estímulo, mas acho que seria preciso mais, bem mais. 

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