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Acasos

Estava chovendo eu estava sem guarda-chuva (dúvida cruel se tem ou não o hífen... Preguiça de pesquisar), saí correndo até o ponto do ônibus que estava lotado, sorte que meu ônibus já se aproximava. Olhei para trás como sempre faço na esperança de encontrar alguém que eu conheça e que esteja indo na mesma direção que eu para ir conversando. Ninguém.

Nenhum conhecido. O ônibus parou no ponto e eu esperei a maioria das pessoas entrar para não ficar esperando na chuva. Ventava forte, uma garota vinha correndo não dava para ver seu rosto escondido que estava pelas outras pessoas, o vento levou seu guarda-chuva, então pude vê-la, ela voltou para buscá-lo, e eu fiquei observando. Todos já haviam entrado e eu estava me molhando fora quando voltei a mim com a pergunta do cobrador "Vai entrar, moça?" "Ah sim, claro".

Entrei, não estava lotado, mesmo assim sentei no fundo porque gosto daquele lugar. O celular tocou, minha mãe perguntando que horas eu chegaria em casa. Desconversei, eu estava com vontade de ir ao cinema, assistir qualquer coisa, comer batatinha frita, mas sozinha não tinha graça, mesmo assim disse que talvez chegasse um pouco tarde.

"Você sabe que horas são?" perguntou uma voz feminina que havia sentado ao meu lado. "sete horas" respondi sem ao menos olhar quem era. O silêncio reinou por alguns minutos e não olhei para o lado, vi apenas suas mãos fechando cuidadosamente o guarda-chuva. "Obrigada por segurar o ônibus" repetiu a garota e desta vez olhei para ela que sorriu. "Eu não... " comecei, mas não sabia o que falar então sorri de volta "não foi nada". "Você se molhou toda" "Meu guarda-chuva quebrou" "Enquanto esperava o ônibus" "Não... já estava". Novamente ela sorriu e eu senti que estava vermelha - Essa é a parte ruim em ser muito branca, todos sabem o que acontece comigo porque minha bochechas me denunciam.

O caminho foi silêncioso, ela mexeu na bolsa, tirou o celular que piscava "Oi... Vou... Tô no ônibus... Ok, Bju". Continuei olhando para a frente, praticamente imóvel. Era apenas uma pessoa que sentou do meu lado e perguntou a hora, por que eu estava me sentindo e agindo daquela forma?

O ônibus aproximava-se do shopping, era a hora de decidir, eu iria ou não? Ela levantou-se, estava linda, usava uma calça jeans azul escura e uma regata. "Tchau" disse sorrindo ainda. "Tchau" respondi... Levantei-me também e fui caminhando até a frente do ônibus um pouco atrás dela, resolvi descer e lá estava a garota com o guarda-chuva aberto.

Desci do ônibus devagar, já estava molhada mesmo, um pouco mais, um pouco menos... De repente senti a chuva cessar. "Quer uma carona?" "Hum?" "Parece que a gente tá indo para o mesmo lugar". "Vou ao shopping" falei finalmente, não podia ficar calada o tempo todo. "Eu também".

No caminho falamos pouco. A chuva aumentou e ela ficou mais perto. Perguntei seu nome. O caminho era curto, logo chegamos. "Vai ao cinema?" ela perguntou, "Não sei, acho que vou comer uma batatinha antes" - me acompanha, tive vontade de dizer, mas calei.

Paramos na praça de alimentação onde nossos caminhos se separariam. "Foi um prazer conhecer você" disse e me deu um beijo no rosto. "Que filme você vai assistir?" Tomei coragem e perguntei. Eu precisava ficar perto dela um pouco mais.

Comprei pipoca no lugar da batatinha, fui ao cinema, a sala estava praticamente vazia. Tantos lugares vagos e sentamos justamente perto de outra menina. Ela virou-se pra mim com seu sorriso característico "Essa é minha namorada".

*Esta é uma obra de ficção (sempre quis dizer isso), qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é mera coincidencia).

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